sexta-feira, 24 de julho de 2015

A pequena grande Cartagena - passeios, restaurantes e curiosidades

"Me bastó dar un paso dentro de la muralla,
para verla en toda su grandeza a la luz malva de las seis de la tarde,
y no pude reprimir el sentimiento de haber vuelto a nacer."
 Gabriel García Márquez 


Como não se encantar por Cartagena? Como não lembrar do Gabo? Cenário de livros e contos de Gabriel Garcia Márquez, num primeiro momento você pensa que o que habita no centro cercado pelos muros é pequeno e breve para se conhecer. Engano seu! Cartagena é como um livro do Gabo, cheio de detalhes e com aquele "realismo mágico" onde você não pode perder nada, senão terá que voltar a página. Cartagena é daqueles livros que você quer ler e reler.

Faz calor o ano todo, por isso fica fácil programar a sua viagem buscando os melhores preços. Só fique atento aos períodos de chuva e ventos fortes, principalmente em outubro.

Não se deixe enganar pela primeira impressão ao sair do aeroporto, assim que você adentrar os muros do centro histórico você se transportará para um período colonial e se encantará imediatamente com as construções características e suas fachadas floridas e coloridas.

Optamos por ficar dentro da cidade amuralhada, onde se concentram os principais pontos turísticos, restaurantes, bares, lojas e hotéis, e onde se pode fazer tudo à pé. Acabamos não conhecendo a parte moderna de Cartagena, lugar onda há boates, hotéis e centros comerciais.

Quando reservamos o Sofitel já estava incluso no pacote o transporte entre aeroporto/hotel/aeroporto, o que foi muito cômodo e seguro. Nos passeios contratados utilizamos os transportes do hotel também. Só utilizamos o serviço de táxi uma vez e é necessário negociar o preço porque não tem taxímetro. Não é difícil se deslocar em Cartagena, a cidade é pequena e tudo está proximo. O trânsito é um caos, mas dê boas risadas para não perder o bom humor.

Para fazer o câmbio e trocar pelo Peso Colombiano é mais interessante levar dólar e pesquisar antes de trocar, a taxa do hotel geralmente não é vantajosa, mas há várias casas de câmbio pela cidade.

Cartagena é uma cidade de várias cores e sabores e que certamente irá aguçar o seu paladar. Os pratos com frutos do mar são os mais tradicionais, mas há opções para todos os gostos. Não é uma cidade cara e se come muito bem por lá. Dentre as dicas de restaurantes que o nosso amigo Rudi (mordomo do Sofitel) nos apresentou, selecionamos e indicamos todos os abaixo. Além dos bares e outros estabelecimentos que paramos para beber ou comer algo, e tem muitos.


Para o café da manhã:


Milamila.com.co/mila-pasteleria
Que delícia de lugar e de café da manhã, assim que você chega tem um balcão de doces de dar água na boca. Pedimos porções variadas ao invés de um prato específico. Frutas, pães, frios e ovos mexidos. Para tomar, pedimos a famosa limonada de coco e suco de manga com hortelã. Prove também as cocadinhas de sabores variados.







Para o almoço:

La Cevicheria - lacevicheriacartagena.com
O cardápio é tentador e é sempre movimentado, o ideal é fazer reservas, senão, é chegar e esperar uma mesa vagar. Pedimos dois tipos de ceviche e um prato quente, todos a base de peixes e camarões e com o famoso plátano (banana verde) muito usada na culinária colombiana. Para beber experimentei a Cerveza Michelada, que é a mistura da cerveja com o de suco de limão e uma pitada de molho inglês e a borda do copo com sal.







El Santísimoelsantisimo.com
Restaurante despojado, cheio de detalhes na decoração. Mistura a cozinha francesa com os sabores do caribe. Meu pedido foi o 'Obatalá', carne de vaca cozida com plátano, arroz com coco e salada com abacate. Para acompanhar uma sangría deliciosa.









Club de Pescaclubdepesca.com
Localizado dentro de uma das fortalezas militares, este é um dos restaurantes mais tradicionais. Fica fora da cidade amuralhada ideal para quando for fazer os passeios nesta região. Tem uma bela vista para a baía, o iate club, o centro histórico e a parte moderna da cidade. Há vários pratos típicos e o nosso escolhido foi o Festival de Mariscos, com filé de peixe, lagostim, mariscos, arroz de coco e salada.






Para jantar:


Vera Cucina Italiana - tcherassihotels.com/restaurantes  
O Vera é um restaurante italiano premiado, localizado dentro do Tcherassi Hotel, comandado pelo Chef colombiano Daniel Castaño. Com ambiente intimista para apenas 40 pessoas o Vera é também um lounge e o carro chefe são as comidas da costa italiana. É recomendado reservar horário para o jantar e o dress code para os homens, segundo nos informaram, é calça e sapato fechado. O meu pedido foi um Linguini Gamberi (pasta com camarões ao molho de cebola, alho e pimenta) e vinho branco para acompanhar.





La Vitrolawww.nytimes.com
Indicado pelo The New York Times, o La Vitrola é um clássico em Cartagena e merece a sua visita. Comida tipicamente Cartagiana, tem um ambiente muito acolhedor, com música ao vivo você se sente num naqueles filmes com clima caribenho, onde o tempo custa a passar. O meu pedido foi um filé de peixe típico da região com arroz de coco. Necessário reservar.




                                       Um restaurante bistrô, casual e chic ao mesmo tempo, com ares mediterrâneos. Local badaladinho, ideal para um momento mais descontraído. Neste dia quis comer algo leve e fiquei com a opção do Tartare de Atum, um dos melhores que já comi e uma porção de mariscos ao bafo, muito bem temperado e um belo vinho branco para acompanhar. Necessário reservar.


Não saia de Cartagena sem provar os picolés artesanais, são vários sabores e o mais divertido é que entre um passeio e outro pelas ruelas da centro histórico, você acabada sempre passando pela La Paleteria e fica difícil não experimentar um a cada vez. Permita-se!!

Os picolés são feitos todos os dias e a procura garante que nenhum deles sobre. E realmente todas as vezes em que paramos, tinha fila.






O centro histórico de Cartagena eu digo que é uma parada e um flash a cada esquina. Praticamente todas as construções, com mais de 400 anos, estão preservadas e isso é o maior orgulho da cidade, do qual detém o título de Patrimônio Nacional da Colômbia e Patrimônio Mundial da Unesco. Suas fachadas são do período colonial e trazem um colorido que fazem os olhos se arregalarem para apreciar cada detalhe. Perca-se pelas ruelas, porque todas elas te levarão ao principais pontos turísticos, abaixo divididos pelas praças:


Plaza De Los Coches 
Era a principal porta de entrada da cidade com o monumento da Torre do Relógio. Nesta praça os escravos eram comercializados e onde se localiza a estátua do fundador da cidade, Pedro de Heredia. Do outro lado há belos casarões e "sus balcóns", e no corredor da parte inferior, você encontrará o Portal dos Doces, aproveite a parada e prove alguns doces típicos.


Plaza de la Aduana
A maior e mais antiga da cidade, no período colonial os edifícios administrativos e do governo ficavam aqui, hoje, a prefeitura e a estátua de Cristóvão Colombo.



Plaza de San Pedro Claver
Uma praça agradável e que de longe já se pode avistar as torres e o relógio da Igreja de San Pedro Claver, do séc. XVI, ela abriga os restos mortais do missionário Pedro Claver, o defensor dos escravos negros. Dedicou sua vida à cuidar de mais de 300 mil escravos, que chegavam no porto de Cartagena em condições desumanas, e por este feito ele foi canonizado em 1888. Junto à igreja está o convento que conta um pouco mais da história desse santo que viveu e morreu ali. Há também o Museo de Arte Moderna.



Plaza Santo Domingo
A praça mais animada, com seus bares e restaurantes, vive cheia de turistas e do povo local. À noite os seresteiros fazem a festa, uma boa pedida para agradar a amada. Há uma escultura de Fernando Botero, a gorda Gertrudis e em frente está a Igreja Santo Domingo.


Plaza Bolívar
Nesta praça você encontrará o cartagenero lendo seu jornal ou simplesmente vendo a vida passar. Aqui está o Palácio da Inquisição, que se instalou na cidade no início do séc. XVIII e condenava e torturava  àqueles que cometiam crime de heresia e bruxaria. Em sua visita à Cartagena em 1986, o Papa João Paulo II pediu perdão pelo crimes cometidos pela Igreja Católica naquele tempo. Há também o Museo do Ouro e próximo a praça fica a Catedral de Cartagena e uma estátua em homenagem a visita do Papa João Paulo II. 


Os muros da cidade amuralhada são uma atração por si só e vale muito percorre-los à pé, principalmente ao entardecer para que as cores das fachadas dos casarões ganhem um brilho especial pelo maravilhoso pôr do sol. É fantástico que esta construção tenha perdurado por todos esses anos e o governo tenha lutado para preservá-la. Soube que entre as décadas de 70 e 80 quiserem derrubar as muralhas porque com o crescimento populacional  nesta região ficou inviável administrar os dejetos humanos, já que não havia um sistema eficiente de escoamento do esgoto. Mas a preservação histórica falou mais alto e conseguiram driblar a situação com alguns investimentos para o saneamento básico em Cartagena.




Depois de todos estes passeios à pé é hora de se transportar totalmente para o período colonial e passear de charrete pelas ruas de Cartagena, especialmente à noite, onde a iluminação dá o tom para este cenário dos livros de história.


Há vários passeios fora da cidade murada, mas os dois abaixo acredito serem os mais interessantes, caso não tenha muito tempo ou queira curtir a piscina do hotel e descansar. O Convento La Popa e o Castelo de San Felipe Barajas.




E finalmente para fechar com chave de ouro, as ilhas paradisíacas com as suas águas quentes e transparentes. O que esperar do caribe colombiano? Deixe ele te surpreender! Há vários tipos de passeios e todos saem do porto que fica próximo a Torre do Relógio. Contratamos o passeio por indicação do Sofitel e fomos para o Gente de Mar Hotel Club, na Ilha Grande - Ilhas do Rosário que é privada e muito tranquila, principalmente para casais. O trajeto de barco leva uma hora, a saída é de manha cedo entre 8h30 e 9h e o retorno por volta das 16h. A ida é tranquila, mas a volta é uma aventura quando o vento esta forte, você volta toda encharcada.

Ao chegar na ilha você é recepcionado com um coquetel e recebemos as informação dos horários: do almoço (incluso), da saída para fazer o snorkling e do retorno para Cartagena. Daí por diante é desfrutar desse pedacinho de terra banhado pelo mar caribenho.





Quando será a sua viagem para Cartagena mesmo?!!



quinta-feira, 23 de julho de 2015

Lua de mel em Cartagena

Em junho passado tive a oportunidade de conhecer Cartagena das Índias ou simplesmente Cartagena, na [Colômbia]. Esse destino foi escolhido como lua de mel, sim, uma lua de mel para quem não tinha muito tempo disponível mas queria aproveitar o tão sonhado e esperado momento com todos os atributos necessários. 

Uma semana era o tempo disponível para a viagem e a procura começou por interesses em comum (muito importante para qualquer viagem em casal ou em grupo) e o principal deles era que tinha que ser um destino de calor e praia, onde pudesse andar à vontade com roupas frescas e chinelos no pé, um chapéu Panamá na cabeça e a máquina fotográfica na mão. Explorar o local sem pressa, aprender a cultura, degustar a gastronomia regional, passear de mãos dadas e curtir cada minutinho à dois. Sem abrir mão de um hotel com todas as mordomias intrínsecas a uma lua de mel e uma praia linda para se refrescar. Ops!! Acabei de descrever Cartagena!!

E foi assim, como que instantânea a empatia pelo lugar ao pesquisar um destino de lua de mel com esses três pré-requisitos: tempo e orçamento reduzidos e confortos necessários.



A passagem aérea foi com a Avianca, partindo do Rio de Janeiro e fazendo conexão em Bogotá. Muito importante: procure conexões com um tempo mínimo de duas horas, porque a imigração na cidade de Bogotá e o deslocamento entre um terminal e outro pode demorar mais de uma hora. As bagagens são despachadas direto para Cartagena, mas o controle no aeroporto de Bogotá é rigoroso e as bagagens podem ser revistadas pelas autoridades locais e por este motivo não embarcarem no mesmo avião que o seu. Foi o que aconteceu conosco. Se isso acontecer, informe imediatamente ao pessoal da Avianca no aeroporto em Cartagena para que eles se certifiquem de que as bagagens cheguem nos próximos vôos, já que a frequência é de hora em hora.

A escolha do hotel, bom, eu diria que merece um post exclusivo falar sobre o Sofitel Legend Santa Clara, mas tentarei resumir: mordomia (que tanto queríamos)! 
Fica localizado no centro histórico, na cidade amuralhada que é Patrimônio Cultural da Humanidade. A fachada do edifício, que hoje abriga o hotel, foi um convento construído em 1621. Em 1995 o Sofitel abriu suas portas como um hotel de luxo, combinando perfeitamente a preservação da história local com os prazeres do mundo moderno.


A opção por incluir nas diárias o pacote lua de mel foi excelente, fez toda a diferença. Estavam inclusos: dois dias de café da manhã no quarto, champanhe, um jantar romântico no hotel, presente exclusivo, massagem relaxante, late check-out  e transporte entre aeroporto e hotel. Outro opcional que garantiu uma estada prazerosa foi o serviço de mordomo, que está incluso em apenas alguns tipos de quartos. Este serviço oferece um atendimento exclusivo de uma pessoa muito prestativa e simpática, que no nosso caso foi o Rudi. Aliás todos os funcionários do Sofitel são extremamente cordiais e eficientes. O nosso amigo Rudi, já o consideramos assim, providenciou que as nossas bagagens chegassem o mais breve possível e as levou até o nosso quarto, fez todas as nossas reservas de jantares, nos apresentou todas as dicas de passeios e os reservou, cuidou das surpresas todas as noites em nosso quarto (sempre tinha algum mimo) e estava a nossa disposição com seu "WhatsApp" exclusivo para os nossos chamados. Não tivemos nenhum tipo de estresse e a viagem foi perfeita para desfrutarmos todos momentos com tranquilidade. Outra diferença de se hospedar no Sofitel é o atendimento especial recebido nos lugares frequentados, como em restaurantes e passeios.




O hotel é simplesmente fantástico, com uma vista privilegiada do pôr do sol, atendimento e comida excelentes, limpeza e arrumação dos quartos impecáveis, conforto e ambiente acolhedores e o requinte e romantismo na medida certa.  Apesar do Sofitel estar de frente para o mar, em Cartagena, ele não é muito atraente, mas a menos de uma hora de barco é possível encontrar ilhas paradisíacas.



O que posso dizer é que fiquei encantada com a cidade, me surpreendeu positivamente em todos os aspectos e foi além da minha expectativa.

São tantas descobertas interessantes para compartilhar que resolvi dividir em três etapas as informações sobre Cartagena, sendo esta primeira uma visão geral do destino, principalmente para lua de mel, a segunda que serão as dicas dos restaurantes, passeios e curiosidades e a terceira que é o que eu mais curto, as fotografias que despertaram o meu olhar. O colorido da vida cotidiana desse povo alegre e acolhedor.

Espero que gostem!







quinta-feira, 19 de março de 2015

50 PHOTO ICONS, A história por detrás da imagem - Foto 1 - Thomas Hoepker

Você já parou para pensar na evolução da imagem? ...

Hoje, qualquer pessoa com um dispositivo móvel é capaz de capturar os mais variados tipos de imagens e imediatamente compartilharem com outras milhares ao redor do mundo. Surreal, não é mesmo?

Me lembro perfeitamente, em 2001 - 14 anos atrás (recente, não?) - estava num intercâmbio em Londres sem celular, muito menos um que tivesse uma câmera fotográfica embutida e muito menos ainda que pudesse compartilhar com os amigos e familiares as fotos tiradas daquele exato instante. Fui para lá com uma máquina simples, daquelas que colocava rolo de filme, lembram?!  O ângulo tinha que ser bem escolhido para não "gastar o filme", porque custava caro e ainda tinha que revelar. Aliás, esta viagem à Londres foi a última vez em que me dediquei a montar um álbum fotográfico, com todas as fotos reveladas e lembranças dos lugares visitados. Uma pena, porque agora os álbuns são só virtuais, sempre esqueço de revelar.

Pouco tempo depois, minha mãe comprou a nossa primeira máquina digital (Uauu), sensacional, que tecnologia! Podia tirar quantas fotos quisesse, sem me preocupar em "gastar o filme" e depois era só baixar no computador. E desde então essa evolução vem nos surpreendendo a cada dia.
Claro que este breve relato é referente a minha experiência com uma máquina fotográfica na mão diante dessa revolução que é o mundo tecnológico e virtual. E então comecei a me questionar: e antes de 2001, muito antes, como as imagens eram capturadas? Quando isso começou? Quem foram as pessoas que tiraram aquelas fotos icônicas que rodaram o mundo? Onde eles estavam? Por que escolheram aquele momento? São tantas as perguntas, são vários rolos de filmes e muita história para contar.

Há pouco tempo ganhei um livro que me despertou essa curiosidade - 50 PHOTO ICONS, The Story Behind the Pictures - publicado pela Taschen e organizado pelo autor Hans-Michael Koetzle, um escritor, curador e historiador de fotografia.

Resolvi responder às minhas perguntas compartilhando as descobertas que este livro me trará, tenho certeza que serão prazeirosas e reveladoras.

Este livro apresenta fotos ícones ao longo de 180 anos, em ordem cronológica, à partir de 1827 até 2001. E que de certa forma contribuíram na evolução da arte da fotografia, seja pela tecnologia, estética ou relevância social.

Iremos mergulhar na história por detrás da imagem, fantástico, não é mesmo?!

Estou ansiosa, vamos começar?

Analisando o livro, sob a minha ótica, preferi começar pela mais atual, que é o que estamos acostumados a ver para então entender as mais antigas. Afinal de contas, muita coisa mudou em 180 anos.

Gostaria de ressaltar que não sou fotógrafa profissional e nem historiadora, mas sou muito curiosa e isso é o que me motiva. Ficarei mais do que feliz e grata em receber contribuições que enriqueçam a nossa aventura.

Foto: View of Manhattan from Williamsburg, Brooklyn
Autor: Thomas Hoepker
Data: 11 de setembro de 2001



Esta data dispensa comentários, foi um dos eventos mais falados, documentados, transmitidos e fotografados do século 21, até o momento. O 11 de setembro está na memória de todos, qualquer pessoa que você perguntar o que estava fazendo na hora do ataque irá com certeza se lembrar. Eu por exemplo, estava voltando do trabalho onde era estagiária de uma cia. aérea num aeroporto, ouvindo o rádio e não conseguia acreditar no que estava sendo anunciado.

O fato é que esta data foi um divisor de águas na era da tecnologia e transmissão, porque o mundo ainda estava assistindo as notícias relativas ao primeiro ataque, quando presenciaram ao vivo o segundo ataque. Os terroristas previram essa audiência estratosférica e conseguiram o feito. Todos os meios de comunicação queriam mostrar aquela atrocidade, foi uma enxurrada de vídeos e fotos. Amadores e profissionais do fotojornalismo correram às ruas para capturar qualquer imagem que fosse, incluindo esta que vemos de Thomas Hoepker, umas das mais perturbadoras.

Thomas Hoepker é alemão e mora em Nova Iorque desde 1989, trabalhou muitos anos para a revista alemã Stern como fotojornalista e é membro da Magnum - cooperativa de fotógrafos de vários lugares do mundo que cobriram várias acontecimentos históricos à partir do século 20.

"Eu tinha acabado de sentar para tomar café da manhã quando o telefone tocou, era a diretora editorial da Magnum (Rebecca Ames), estava me ligando cerca de 5 minutos depois do primeiro avião atingir as torres gêmeas. Ela morava no Brooklyn e acabara de ver a fumaça pela sua janela. Ela estava apavorada.  De certa forma não consegui acreditar no que ela me disse. Liguei a televisão e quando vi as imagens me dei conta do quão real era. Virei testemunha do segundo ataque e por um momento me senti totalmente impotente, não sabia o que fazer, sentei em estado de choque e pensei, o que fazer agora? Apesar de ser um fotojornalista e querer correr para a rua tirar fotos, não pude deixar de pensar que era errado e não era o momento de fazer aquilo, era tudo tão horroroso. Vendo que a televisão monopolizava a transmissão ao vivo, o que eu faria na rua com uma máquina 35 mm para registrar imagens paradas? Mas o profissional dentro de mim falou mais alto e me dei conta que era preciso fazer algo, eu precisava sair e tirar fotos."

O metrô já não estava mais funcionando, o carro era a única opção, porém já era sabido que seria praticamente impossível chegar até o centro de Manhattan. Ele decidiu atravessar a Ponte de Queensboro, o que na verdade era um erro porque não conseguiria chegar até lá. A maioria de suas fotos foram tiradas do Brooklyn e andando pela Ponte de Manhattan. Thomas Hoepker se tornou uma relutante testemunha à distância do 11 de setembro.

Esta foto dos jovens americanos conversando e relaxando com as Torres Gêmeas queimando e desmoronando ao fundo se tornou uma das fotos mais conhecidas de Thomas Hoepker. Porém esta foto não foi imediatamente publicada nos livros e revistas daquele ano. Na verdade, o fotógrafo relutou em tornar esta foto pública porque sabia que seria alvo de críticas, a contradição estampada na imagem, do apocalipse acontecendo e o momento de relax em que estavam estes jovens.

Mas o que Thomas Hoepker estava tentando retratar através dessa imagem é a grande loteria que é vida, conhecida como destino, que garante que diferentes coisas aconteçam ao mesmo tempo por razões que são difíceis de compreender. E o grande desastre dessa tragédia distante é a certeza de que de algum lugar confortável, a sociedade da mídia moderna, tem na desgraça do outro um aterrorizante estimulador de emoções para o consumo dessas imagens. Perturbador, não é mesmo?

Outras fotos de Thomas Hoepker no 11 de setembro:








Este livro pode ser adquirido aqui:

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Porta retrato: o [SER] humano

 "O que acontece é que, simplesmente, nada me atrai tanto quanto explorar o mundo com uma câmera na mão."              [Steve McCurry]

Quando resolvi escrever este post, fiquei pensando como iria iniciá-lo. São tantas frases que me vêm à cabeça, assim como as imagens incríveis que quero compartilhar no blog. A citação acima é perfeita porque define um momento na minha vida, quando uma semente foi plantada ao adquirir minha primeira câmera semi profissional. Dali em diante o amadorismo fotográfico foi tomando espaço e as descobertas acontecendo. 

Descobri que é preciso ser paciente, se quiser capturar o melhor momento, descobri, que é necessário ser acurado se quiser capturar o melhor ângulo e descobri, que há um mundo de belezas que nossos olhos, muitas vezes, não estão prontos para ver. Mas ao pegar uma câmera na mão e com apenas um dos olhos observar através do visor, algo fantástico se revela e então descobri a sensibilidade de um olhar, do que está a nossa volta e não conseguimos enxergar. 

Aos poucos fui me interessando pela arte da fotografia e brincando mais com as lentes da minha câmera. Hoje, ela é a minha melhor companheira de viagem e com ela trago para casa centenas de imagens. Simplesmente curto cada momento e sei exatamente o que senti quando me posicionei para capturar cada foto. 

Numa dessas viagens, parei numa livraria e comecei a buscar algum livro de fotografia interessante, não sabia exatamente o quê, acho que foi o livro que me achou. Ele era pequeno, mas a sua capa me seduziu imediatamente, também pudera, a imagem é um ícone da fotografia mundial. Foi então que conheci o Steve McCurry, mestre da fotografia e fotógrafo da National Geographic.


Certamente você já a viu, "a menina afegã", seu retrato foi feito em um campo de refugiados no Paquistão em 1984, ela jamais havia sido fotografada. Em 2002, ele conseguiu reencontrá-la em Peshawar, no Paquistão, e foi então que o mundo soube seu nome: Sharbat Gula.

Dedique alguns minutos do seu tempo e acesse o site: [stevemccurry.com], no meu ponto de vista ele é um cara que sabe revelar através da lente da câmera a sensibilidade do seu olhar e mostrar para o mundo, o ser humano, na sua diversidade. Em cada rosto há uma expressão onde é possível enxergar sua essência cultural e isso é simplesmente fantástico. Nem só de pontos turístico se faz uma viagem, mas sim do seu povo e tradições, que é a tradução de cada lugar, o que o faz ser diferente e peculiar.

Neste livro, ele reuniu cerca de 250 fotos, ao estilo porta retrato, dos rostos até então desconhecidos dessas pessoas. Vejam as incríveis diferenças e semelhanças que temos entre nós em algumas dessas fotos:






Steve McCurry é um fotógrafo estadunidense, nascido em 23 de abril de 1960. 
"Como fotógrafo, não posso me dar ao luxo de desviar o olhar. Não posso antecipar o que vou fazer e editar o que vejo. Minha tarefa é captar tudo, até o mais difícil. Minha intenção é obter imagens dotadas de sentido – e, com isso, dar sentido à minha própria vida."




O livro Steve McCurry: Portraits está disponível no site da amazon.com


segunda-feira, 13 de outubro de 2014

BARBECOA, um lugar para comer rezando!

   Em recente viagem à Londres, na noite anterior a minha volta, estava procurando algumas opções de restaurantes indicados pelo Guia Michelin. Já havia decidido, porém tinha a sensação que estava  faltando saborear algo especial. Eis que surge na minha frente a imagem do Jamie Oliver e no mesmo instante pensei: "não me perdoaria se tivesse ido embora sem conhecer um de seus restaurantes".
   O próximo passo foi acessar o site [jamieoliver.com/restaurants] e verificar disponibilidade de reserva. Tentei o Jamie´s Italian Restaurant em Covent Garden, mas estava lotado e na sequência entrei no site do Barbacoa, restaurante de carnes, ao lado da St. Paul´s Cathedral [www.stpauls.co.uk] e por sorte consegui. Fui de metrô até a estação St. Paul´s,  e em 5 min à pé, estava no restaurante.


   A recepção foi ótima e fui direcionada à minha mesa, quando cheguei à ela quase me ajoelhei e comecei a rezar. O trocadilho aqui faz todo o sentido, já que a vista é sensacional, a famosa cúpula da catedral iluminada bem ao meu lado.
   Foi difícil escolher diante de um cardápio com opções tão saborosas. Mas me permiti experimentar um menu completo / three course menu (entrada, prato principal e sobremesa) e claro, vinho tinto para acompanhar essa profusão de sabores.

                                                                                                      @nvictorino

   A entrada foi uma deliciosa tábua de pato defumado com molho a base de xarope de maple, cerejas marrasquino e nóz de pecan torrada. Para o prato principal escolhi um fillet com molho beárnaise (sensacional) e salada de agrião e para finalizar um cheesecake de pasta de amendoim com cerejas negras, pedaços de amendoim e sorvete de cereja negra. Realmente, é ou não é de se comer rezando?!

Confesso: cometi o pecado da Gula e com muito prazer!!!!

   É um restaurante com valores coerentes para o que oferece, os pratos principais variam entre R$ 75,00 a R$ 290,00 - que servem desde 01 a 02 pessoas. (câmbio do dia: R$ 3,90 - Libra esterlina)

  Tente não cair em tentação com as imagens abaixo:

                                                                                                                 @nvictorino

Acho melhor você começar a rezar, ou melhor, programar sua viagem à Londres.

                                                   


Barbecoa Restaurant: 20 New Change Passage, Londres (Reino Unido)
Segunda a Sexta: 11:30 às 23:00
Sábado: 12:00 às 23:00
Domingo: 12:00 às 22:00

St. Paul´s Cathedral: St. Paul's Churchyard, Londres (Reino Unido)
Segunda a Sábado: 8:30 às 16:00
Domingo: fechado

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Exploração sustentável - BIKE RIO

The best way to explore somewhere!!

Quem visitou o Rio de Janeiro nos últimos tempos reparou que a cidade está cheia de pessoas passeando com as "laranjinhas". O Bike Rio é um projeto de sustentabilidade muito bacana, da Prefeitura do Rio de Janeiro em parceria com o Banco Itaú e o sistema de bicicletas SAMBA. São 60 estações e 600 bicicletas, distribuídas nos bairros de Copacabana, Ipanema, Leblon, Lagoa, Jardim Botânico, Gávea, Botafogo, Urca, Flamengo e Centro. Além de fazer sucesso com os turistas, os cariocas aderiram ao projeto não só para os dias de passeios, mas também como meio de locomoção alternativo em meio ao caos diário que se chama mobilidade urbana.

Para ter acesso ao uso das "laranjinhas" você deve fazer um cadastro no site www.mobilicidade.com.br/bikerio.asp, todas as informações necessárias estão lá. Ou você pode baixar gratuitamente o aplicativo no seu celular e administrar o aluguel das bikes na "palma da mão". Será necessário fornecer um cartão de crédito para poder comprar os passes que dão direito ao uso. Faça o cadastro com antecedência e quando for escolher uma bicicleta certifique-se do funcionamento do freio e demais itens importantes (infelizmente algumas pessoas fazem mau uso).

A diversão é garantida, o passeio é prazeroso e a paisagem, espetacular, ainda mais num final de tarde. O dia em que resolvi explorar a cidade e conhecer melhor esse serviço, era feriado de junho e bem no meio da Copa do Mundo, imagina como a cidade e o trânsito estavam. Foi a melhor opção e não tive nenhum contratempo. O trajeto escolhido foi o início da Praia de Ipanema até o final da Praia de Copacabana, retornando ao ponto de partida. O melhor de tudo é que se você quiser parar para visitar algum local, você pode procurar uma das estações com posições livres e guardar a bicicleta e retirar novamente na mesma ou em outra estação, quantas vezes quiser. Para isso, o aplicativo no celular é muito útil, ele atualiza todas as estações próximas à sua localização com posições e bicicletas disponíveis. 


O que achou?! "Vambora" pedalar?! Iniciativa bacana né, como diz o slogan da campanha do Itaú #issomudaomundo, faça sua parte e colabore com o meio ambiente e a sua saúde. 



terça-feira, 19 de novembro de 2013

O que me encanta...me faz viver!!

Sou formada em Turismo & Hotelaria, atuei por 10 anos na área, destes, 04 foram com minha agência de viagens. Lá fiz amigos e conquistei clientes, mas o mais gratificante, participei na realização de alguns sonhos. O destino quis que eu parasse por um momento para viver novas experiências e uma delas foi a minha ida para a Alemanha, onde morei por 06 meses. Lá descobri uma outra paixão, a fotografia (amadora, é claro). Hoje trabalho com marketing, outra descoberta prazerosa.
Desde então venho pensando em como juntar todas essas nuances que despertam a minha curiosidade. Durante essa mudança de país, em 2011, resolvi criar um blog que une cultura, história, atualidades gastronomia, moda e arte à viagens....foi então que surgiu o "Meu Mundo No Seu". Ele ficou parado, adormecido...mas uma reviravolta na vida e um novo olhar me fizeram querer revivê-lo e eis que ele ressurge, amadurecendo junto comigo. Quero compartilhar essas paixões, pelo meu jeito de ver o que me encanta, me faz querer viver, me faz querer ser feliz...serão as folhas soltas que começo a rabiscar...serão as coisas simples que a vida nos dá...serão as surpresas que quero reencontrar. Vem comigo??!!!

Sigam no Instagram @meumundo_noseu por @nvictorino